Nada Não
Amanhã
Sem pensar
Vou pegar as coisas que eu deixei no chão
No sofá
E sair andando sem razão
Não é nada não
Deixa estar
Inda vou voltar
Amanhã
Sem perdão
Vou perder as coisas que eu pensei guardar
Sem tocar
Nos abrigos vãos do coração
Não é nada não
Deixa o mar
Invadir a sala e te levar
Num turbilhão
Num temporal de areia e sal
Desaparecer
Até poder
Desencontrar nossa solidão
Mas depois
De amanhã
Quando formos dois alucinados sãos
Sem lugar
Vou cruzar as noites pra te ver
Pois não há razão
Pra pensar
Que eu não vou voltar
Pra você
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