Eu mesmo fiz a canoa
Madeira de tamborí
É leve na flor d'água
Não vira pra mim cair
Mesmo se houver naufrágio
Eu mergulho e nado e sei sair
No rancho de pau a pique
Vivo feliz e contente
No mal que vem longe d'água
Não tem perigo da gente
Descanso na sombra amiga
De uma paineira que tem na frente
Tenho um belo oratório
Aonde eu oro e recebo graças
Eu rezo pra Aparecida
A minha vida nunca fracassa
Pendurada na parede
Tenho a minha rede de doze braças
O meu cachorro valente
Foi um presente do Pedro Lima
Também tenho um violão
Dia de função canto pras meninas
Se ajunta companheirada
Eu jogo trucada de ponto acima
É assim o meu viver
Vejo o amanhecer na terra querida
Cada verso que eu faço
É um pedaço da minha vida
Esta é a minha saudação
Aos canoeiros do rio Paraíba
Esta é a minha saudação
Aos canoeiros do rio Paraíba