Mais uma vez o dia está começando
Às sete em ponto devo varrer o chão
Tudo encerar, polir pra ficar brilhando
Faço assim, e no fim e sete quinze já são
Então começo a ler um livro ou dois ou três
A minha galeria eu pinto outra vez
Depois violão, tricô tentando imaginar
Quando a minha vida vai começar
Depois do almoço jogos e usar o forno
Papel machê, balé e jogar xadrez
Vasos, ventriloquia e fazer adornos
Alongar, retocar, escalar, sem timidez
Então voltar a ler se tempo me sobrar
Pintar um pouco mais sem nunca terminar
Depois o meu cabelo inteiro escovar
Mas sem sair deste mesmo lugar
Imaginando mas quando, mas quando a minha vida vai começar?
Amanhã de noite irão aparecer
As mesmas luzes convidando a descer
Como será? Preciso descobrir
Minha mãe agora bem podia deixar eu ir
Até que em fim chegou, é a minha hora
O mundo está tão perto, eu preciso ousar
Mas se tiver de ser tem que ser agora
Será? Não!
Lá vou eu
Tocar a grama, a terra, do jeito que pensei
Sentir o sopro da brisa tal como imaginei
Completamente livre como sempre sonhei
Sair andando, correndo, dançando, em frente
Pulando, cabelos voando, soltando
Alisando, enrolando
E enfim declarando
Minha vida começa aqui