Me empresta um pouco dessa garra desse talento Cresce em meio a terra seca, chora por dentro A menina da pele escura a vida dura a sufocou Sofre calada enfrenta a jornada com a dor não se importa, seu nome é Rosa
Pela escura pé rachado filho nos braços lata na cabeça
Sobe a ladeira dona rosa do morro a rosa que é preta
Saiba você que nem tudo são flores no jardim que ela vive
Tem miséria e tem crime a polícia oprime
Mas é de lá que ela veio é lá que ela vive é de lá que ela gosta
Onde as casas são feitas de madeirite
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa do morro rosa
Nos caminhos por onde ela andou viu rosas bem diferentes dela
Viu rosa branca, rosa vermelha e até rosa amarela
Então ela se perguntava meu deus por que tanto minha cor incomoda
Se nem todas as rosas são cor de rosa
Refrão
Sofrendo com o preconceito na pele desde criança
Ela segue, segue vivendo só de vingança
Não entende porque no papel principal da novela
Nunca tem uma pretinha que nem ela
Sua tv é colorida e a vida é preto e branco
Ouve um rap e a auto estima pega no tranco
Não é a rosa de hiroshima sim da periferia
Regada pelo suor que escorre no dia-a-dia
Se quebrar as correntes vai ser livre e feliz
Mas vai morrer se deixar cortar sua raiz
Não tem sangue azul mas jamais amarela
Inquérito apresenta a fina flor da favela!
Refrão