Pobre do barro,seu mundo era um lamaçal,
Sua matéria prima era o pó, de olhar pra ele dava dó.
Que futuro o barro tem?
Pobre do barro, que serventia que ele tem? Pra muitos não vale um tostão,
Só serve pra sujar a mão ou pra sujar os és de alguém.
E quem passava ria dele; cuspia e pisava nele, Uma história de humilhação,
A sua casa era o chão, a terra fria sua prisão.
Mas um dia o oleiro, quem é que podia prever,
Decidiu fazer um vaso. E o barro feio ele foi ver. Tomou o barro pra moldar e o barro sem entender nada
Começou a tornar-se vaso. Não era obra do acaso, era obra-prima do oleiro. Depois de tudo foi queimado, fogo faz toda diferença,
E o barro feio e sem futuro, Que residia num monturo agora é um vaso de presença.
Agora o vaso vive cheio, tem azeite até pra dar.
Gosta de estar entre os vasos. Tem prazer em transbordar.
O oleiro só não admite que ele esqueça de onde veio se não ele será quebrado.
E se você é como eu que fica emocionado ao ouvir o que cantei; A linda história do barro, como então não ficará ao ouvir o que declaro; o barro feio e sem futuro, Que residia num monturo, era você e era eu!
E o oleiro que põem a mão no barro sem se sujar se chama Jesus, Que morreu numa cruz só pra nos transformar em vaso de presença, Em vaso cheio de unção, usado pelas mãos... pelas mãos do oleiro.