Mané rasteira, cabaré de birebêra
Pega nave na carreira
Com um balaio de orange-pêra
Pra vender em frente ao shopping
É um colosso metido a amolar pexeira
Magro feito uma caveira
Nascido em Paulo Afonso
Conhece Charles Bronson
É muito diferente dele
É um pentelho encravado
Um cego apaixonado
Paquerador de mulher
Moravam no cabaré
No morro da Conceição
Fez curso de birimbau
Pelo sistema postal
Quando morava no sul
Aquele nego é mané
Mas tem nego que não é
Faço uma distinção
Eu sei tocar um baião
Eu sei coar um café
Eu sei dizer como é
É na quentura do porão
Eu gosto de andar a pé
Como andava Limeira
Tomara que Deus não queira
Com isso me castigar
Mas se é para pecar
Vamos pecar bem pecado
Pode ir rolando os dados
O jogo vai começar
E.T. balança o ganzá
Pra eu tirar uma cocada
E a minha namorada
Onde será que ela está?
Nada disso mané, nada disso mané!
Nada disso mané! De era espacial!
E era especial não era!
A era espacial ainda vai ser, mané!
É meia lua, é uma estrela
È uma rasteira, é um martelo
Essa é a luta do negro e sua coroação.